Falando sobre sentimentos: alegria, tristeza, medo… Cada um contou do que tem medo. Lemos a história “Chapeuzinho Amarelo”, do Chico Buarque. A partir da história, pensei que pudéssemos trabalhar as superações desses medos através de histórias. Propus que cada um inventasse uma história envolvendo seus medos.
A cada dia, mas nem todos os dias, fazemos um sorteio e uma criança inventa sua história.
Tem sido momentos prazerosos e trabalhosos! As crianças aguardam ansiosas seu dia de contar. Algumas, como a Sa, ouvem com atenção e cobra coerência dos colegas; outras ajudam na narrativa, fazem perguntas, preenchem lacunas.
Eu também estou ansiosa, a turma é numerosa, quero que todos possam contar logo. Então, nesta semana, quando uma criança terminou sua história, olhei para o relógio e calculei que ainda havia tempo para sortear outra criança e ter duas histórias no dia. Propus, sorteamos e ouvimos a segunda história.
No dia seguinte, quando fiz a chamada na roda para a hora da história, Sa (se eu não me engano) me olha bem sincera (como lhe é peculiar), levanta a mão e diz:
– Hoje pode ter só uma história? Demora muito ouvir duas histórias. A gente pode contar uma história e depois brincar?